As 498 famílias quilombolas de Paranã, na Região Sul do Tocantins, impactadas pela enchente, vão receber uma nova remessa de cestas básicas. O apoio vem da Defesa Civil Estadual, que na manhã desta quinta-feira, 10, foi contemplada com 123 cestas e está destinando todas para o grupo familiar já identificado pela Secretaria de Estado de Assistência Social (SETAS), que vai completar a quantidade necessária para o município.
A arrecadação das 123 cestas repassadas para a Defesa Civil Estadual foi feita pela Comissão de Apoio e Assistência ao Profissional em Estágio de Vulnerabilidade, da OAB Tocantins/Ordem dos Advogados do Brasil. Segundo Eula Angelim, que encabeça o trabalho, “é de grande importância a gente ter esse sentimento de ajudar os próximo”. “É importante ter uma trilha do governo, mas a própria população precisa ser engajada em ajudar. Uma situação de vulnerabilidade imobiliza as pessoas, e a sociedade civil precisa se mobilizar em ajudar aquela pessoa que, um dia pode ter sua vida transformada, e vir a ajudar a outros que precisam”, destacou a advogada
“A pessoa pode estar em situação momentânea de vulnerabilidade, incapacidade, mas ela não vai ser incapacitada para sempre. Ela não pode ser uma pessoa marginalizada”, reforçou Eula Angelim durante encontro em que estavam também o presidente da OAB Tocantins, Gedeon Pitaluga, e o tenente-coronel Erisvaldo Alves, coordenador-adjunto da Defesa Civil Estadual.
Por conta das chuvas que elevaram o nível de vários rios no Tocantins, causando inundações e alagamentos e deixaram mais de três mil famílias desalojadas ou desabrigadas desde meados de dezembro, a Defesa Civil Estadual está atuando em todas as regiões do estado. A entrega das cestas básicas nas localidades afetadas é apenas uma entre tantas ações já executadas pelos bombeiros militares.
“Esse apoio da OAB Tocantins é muito importante, até porque, vivemos em um estado onde a maioria da população vive com uma renda muito baixa. Já há essa dificuldade, e quando a população é impactada com um desastre como o que ocorreu, ainda mais em um momento de pandemia, fica mais complicado para o cidadão. Essa iniciativa da OAB mostra que não é uma responsabilidade apenas do poder público fazer esse trabalho, até porque os recursos são limitados, mas mostra um lado positivo de tentar ajudar e fazer parte da solução”, afirmou o tenente-coronel.
Cada cesta tem onze itens, como arroz, feijão, café, biscoitos, e outros. A SETAS afirmou que outras entregas já foram feitas para os quilombolas de Paranã, e que na semana passada, a Marinha do Brasil colaborou com a doação de produtos alimentícios e água potável.
“A importância maior disso é a parceria, é saber que em um momento tão sensível da sociedade, nós estamos juntos e unidos para combater essa dificuldade, e o alimento chegar às famílias quilombolas afetadas pelas enchentes”, pontuou Lisandra Paz de Oliveira, coordenadora de Coleta e Distribuição de Cestas Básicas da Setas. (Da assessoria de imprensa)
