A suposta movimentação para afastar Cinthia Ribeiro (PSDB) da Prefeitura de Palmas foi o principal tema da sessão desta terça-feira, 13, da Câmara. De forma unânime, os vereadores negaram qualquer tentativa de impedimento da tucana, inclusive dos pessebistas: Mauro Lacerda e Júnior Brasão. O presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Carlos Amastha, foi às redes sociais defender a instalação de comissão processante contra a chefe do Executivo da Capital, caso alguma improbidade fosse identificada.
Se tiver participado de falcatruas, PSB vai entrar firme pela cassação
Em um vídeo, Carlos Amastha cita que os vereadores do partido “não participam de movimentos golpistas”, mas não descartou a possibilidade se for constatada ilegalidade nos atos da gestão. “Vamos ficar de olho. Se alguma das inúmeras denúncias de falcatruas levar o teu nome, tenha certeza que vamos entrar firme pedindo a cassação do mandato. Enquanto continua sendo que o sempre foi, uma péssima prefeita, paciência, é a democracia a qual a gente respeita muito”, alfinetou o ex-prefeito, que também defendeu a investigação da aplicação dos recursos públicos no âmbito municipal em uma outra publicação.
Mentiroso
Líder da prefeita Cinthia Ribeiro na Câmara de Palmas, o vereador Rogério Freitas (MDB) foi à Tribuna na sessão desta terça-feira, 13, para rebater o antecessor da tucana no Paço, Carlos Amastha. “Pensei que já tinha visto de tudo, mas quando vi o ex-prefeito querendo pautar a Câmara, dizendo inverdades, um burburinho forte acerca do impeachment da chefe do Executivo, não me resta outra coisa a não ser chamá-lo de mentiroso. Ninguém aqui nunca falou neste assunto nos momentos reservados e nem na Tribuna. […] Tenha coragem, seja homem, diga que não aceita o resultado das urnas e que vai patrocinar um pedido de impeachment”, garantiu o emedebista.
Aqui não tem vereador do Amastha, mas já teve
Sobre o presidente do PSB do Tocantins ter usado o nome da bancada pessebista na Câmara para falar de uma possível investigação da prefeita, Rogério Freitas defendeu que vereador “não vota com orientação de partido não, mas de acordo com consciência”, e, em seguida, ironizou o mais fiel aliado do ex-prefeito. “Acredito piamente que aqui já não tem o vereador Amastha. Já teve Tiago do Amastha, mas acho pouco provável que o Brasão venha a ser do Amastha. Júnior Brasão é Júnior Brasão, vereador que tem história construída e não dada por ninguém”, disse o emedebista, recebendo algumas risadas do Plenário. O líder também elogiou Mauro Lacerda.
Não estamos aqui para ser fantoche, vamos esquecer a sigla partidária
Mauro Lacerda também foi à Tribuna, mas não chegou a defender o presidente do PSB do Tocantins após a fala de Rogério Freitas. O vereador reforçou o discurso de união em prol do combate à pandemia de Covid-19 e afastou interferência de partido. “Não estamos aqui para ser fantoche. Estamos aqui para trabalhar, colocar nossa visão política e fazer algo que beneficia nossa cidade. Vamos esquecer a sigla partidária. É momento de unirmos, trabalharmos e fazer algo que beneficie nosso município. Tenho certeza que a visão do meu amigo [Júnior] Brasão também é essa”, disse o pessebista, que, se não fez menção a Amastha, agradeceu o secretário de Finanças de Palmas, Rogério Ramos, por sempre ouví-lo e a própria prefeita. “Porque sei que ela não tem nada contra a gente”, emendou.
Não a cogitação de impeachment, mas se chegar a documentação a gente tem que investigar
Ao contrário do correligionário, Júnior Brasão saiu em defesa de Carlos Amastha e indicou que o debate sobre o afastamento de Cinthia Ribeiro foi iniciado pela situação. “Esta notícia do impeachment a gente ouviu pela parte da base. Esta questão do presidente do PSB financiando, argumentando sobre impeachment, não existe. Vamos descartar esta possibilidade. Ele nos dá poderes para grandes decisões. A situação é esta: nada de cogitação por parte dele”, disse o vereador, que adotou o mesmo discurso do dirigente estadual pessebista. “Agora, se chegar documentação, a gente tem que investigar”, encerrou.
Outros vereadores descartam impedimento de prefeita
Um dos principais críticos de Cinthia Ribeiro ao lado da presidente da Casa de Leis, Janad Valcari (Podemos), Moisemar Marinho (PDT) foi mais um que descartou a possibilidade de impedimento da tucana. “Nunca falei desta Tribuna que sou favorável ao afastamento da prefeita. Pelo contrário, sempre prezei pela estabilidade, pela segurança jurídica. O povo está precisando disto. Não podemos deixar de passar isto para a sociedade. Não é momento para isto. Não podemos causar instabilidade de gestão nenhuma que seja”, garantiu. Joatan Silva (Cidadania) fez coro. “Não tem nenhum golpe arquitetado aqui na Câmara de Palmas”, disse. Solange Duailibe (PT) negou ter tido conhecimento desta movimentação, mas demonstrou preocupação. “Nunca ouvi não [sobre a tentativa de impedimento], mas nós sabemos também que este golpes são tramados por trás”, acrescentou. Márcio Reis (PSL) também afastou a possibilidade.
Confira a íntegra da sessão da Câmara de Palmas desta terça-feira, 16:
Veja abaixo os dois vídeos em que Amastha fala sobre investigar Cinthia Ribeiro:
